02/05/2024

DESTAQUE MESSIER-POLMAN: Lucivânia Souza, primeira mulher certificada como Membro de 4º Grau do Clube Messier-Polman da UBA (Catálogo Messier)

Observar e registrar em esboço os objetos de céu profundo representa um desafio significativo para os astrônomos amadores em todo o mundo. Essa tarefa demanda não apenas lidar com a diversidade desses objetos, que incluem galáxias, nebulosas e aglomerados estelares, mas também compreender suas características individuais, como magnitude, tamanho aparente e brilho de superfície. Isso requer um alto nível de concentração e atenção por parte dos entusiastas da astronomia. Concluir o registro visual de todos os objetos presentes no renomado catálogo de Messier é, sem dúvida, uma proeza impressionante pelo nível de dificuldade que essa atividade exige.
Em meio a céus cada vez mais poluídos e a uma diminuição do entusiasmo dos astrônomos amadores pela observação visual, ainda existem aqueles que se dedicam com fervor a essa paixão. Entre esses notáveis, destacamos com orgulho a nossa colaboradora Lucivânia Souza, que alcançou um feito extraordinário. Com determinação e perseverança, ela conquistou "duplamente" os graus 3º e 4º do Clube Messier-Polman, tornando-se a primeira mulher na história da União Brasileira de Astronomia (UBA) a concluir a observação dos 110 Objetos Messier. Essa conquista não apenas enaltece sua habilidade e dedicação, mas também inspira toda uma geração de entusiastas da astronomia.

Confira abaixo o relato de observação de Lucivânia:


Finalmente, concluí todos os graus do Clube Messier-Polman! 😀 O 3º grau foi o mais desafiador para mim, não à toa o concluí após 3 anos do recebimento do 2º grau. Claro que a demora não foi apenas devido as dificuldades inerentes à observação de objetos mais difíceis, mas também por fatores externos não relacionados à Astronomia (trabalho, estudos, maternidade, etc).


Especialmente para o 3º grau, foram muitas noites nas quais eu fiquei por horas tentando localizar determinados Objetos sem sucesso, seja pela proximidade com o horizonte, seja por causa de alguma poluição luminosa na direção que eles se encontravam. Fiz observações em locais e direções diferentes, sempre com Bortle 3-4. Eu fiquei por mais de 1 ano aguardando o melhor momento e condições de observar os últimos 4 Objetos Messier dessa lista.


Já o 4º grau foi o menos desafiador, no geral, exceto pelos dois últimos objetos da lista: M101 e M102, devido à localização próxima ao horizonte. Para esse grau, eu planejei observar os Objetos Messier da Constelação de Virgem e outras próximas, então foi possível concluir todos os Objetos em poucos dias. Foram necessárias apenas 6 noites de observação para concluir esse grau, isso ocorreu porque muitos dos Messiers observados estão relativamente próximos, possibilitando até pequenas maratonas de observação. No meu caso, precisei observar em dias não consecutivos, devido ao clima.


Quero ressaltar aqui a importância de um bom instrumento de observação para os graus mais avançados do Clube! Desde o início da minha jornada de caça aos Objetos Messier, eu tenho utilizado um Telescópio Coletti 115 mm e é inacreditável o potencial dele! Posso afirmar ser possível observar todos os Objetos Messier, pelo menos em locais com Bortle 3, que é o meu caso. Em alguns momentos eu duvidei que isso seria possível, tive que observar por várias vezes o mesmo objeto para me certificar de que realmente era o objeto procurado, e não uma ilusão da minha mente, pois alguns poderiam realmente ser considerados impossíveis de serem observados sem um telescópio de maior abertura. Mas, uma ótica impecável (ou uma obra de arte moldada pelo Sandro), um céu escuro, boas condições de clima, determinação e paciência são fatores determinantes para conseguir bons resultados.


No decorrer desse período, eu adquiri um Telescópio Skywatcher 254mm e observei novamente alguns desses objetos, especialmente aqueles de maior magnitude. Mas ele não tem acompanhamento, o que dificulta a localização dos Objetos, além disso, o peso dele não é viável de carregar para todo lugar, até nisso o Coletti se torna mais prático.


Com isso, concluo um ciclo de muito aprendizado no Clube Messier-Polman, esperando cada vez mais incentivar as pessoas a se aventurarem nas observações dos Objetos Messier!


P.S. 1: Quem já é membro do Clube, confira o blog, há muitas postagens com dicas valiosas, orientações práticas e didáticas, que certamente ajudarão vocês a avançarem no Clube. Quem ainda não está no Clube, não perca tempo, venha aprender e se maravilhar com o nosso céu.


P.S. 2: Quero deixar registrado aqui a minha gratidão aqueles que de alguma forma fazem parte dessa conquista: Saulo, que desde o início não mediu esforços para dar todo o suporte e apoio necessário para que o melhor trabalho fosse desenvolvido não apenas no Clube Messier-Polman, mas na UBA, de forma geral; Audemário, que coordenava o Clube quando eu entrei e que sempre foi bastante solícito ao ajudar aqueles que estavam, como eu, iniciando no mundo da Astronomia Observacional; Tharcísio e Matias, colegas que coordenaram o clube junto comigo, que me ajudaram e me ensinaram demais (e não apenas sobre Astronomia); Erika e Oleksiy, colegas de clube que sempre trocaram ideias e compartilharam os desafios e alegrias das observações; Meus colegas do GEPEA que também fazem parte do clube e estão trilhando seus caminhos de observação dos Messiers: Dário, Lucielma, Evelyn, Victor, Carlos e Nondas. Desejo sucesso e bons céus!


Lucivânia Souza

astronomiagepea@gmail.com



Parabéns, Lucivânia! Céus limpos e boas observações!

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14/04/2024

Recomendações do mês de abril: C94, C98 e NGC4103

Neste mês de Abril de 2024 a sugestão de observação é de três Objetos de Céu Profundo (DSOs) da Constelação do Cruzeiro Sul (Crux). São os Aglomerados Abertos C94, também conhecido como "Caixa de Joias" de magnitude +4.2, C98, o "Aglomerado do Saco de Carvão", de magnitude +6.9  e NGC4103, o aglomerado "The Long Tail", de magnitude +7.3.

Os observadores localizados no Hemisfério Sul são privilegiados por poderem observar a Constelação do Cruzeiro do Sul. Charles Messier não teve este privilégio, pois seu observatório ficava em Paris, muito ao Norte, portanto não há objetos do Cruzeiro do Sul no Catálogo Messier.

Entretanto, o Catálogo Caldwell incluiu dois DSOs do Cruzeiro do Sul: C94 e C98, muitos interessantes e fáceis de observar. Indicamos um terceiro DSO do New General Catalogue (NGC) para mostrar que existem muitos outros belos DSOs, fáceis de observar com telescópios de iniciantes. Sua localização e de muitos outros, consta no aplicativo Stellarium.

Os DSOs do Hemisfério Sul só foram descobertos depois que o astrônomo francês Nicolas-Louis de Lacaille, em 1750, fez observações astronômicas no Cabo da Boa Esperança, atual Cidade do Cabo na África do Sul. Posteriormente o astrônomo Irlandês James Dunlop, em 1820, fez também muitas descobertas interessantes na Austrália. 

Figura 1 - Localização de C94, C98 e NGC4103. Imagem obtida do aplicativo  Stellarium.

Crux, também conhecido como Cruzeiro do Sul, é uma constelação localizada no céu meridional em uma porção brilhante da Via Láctea. Apesar de ser a menor das 88 constelações modernas,  é uma das mais facilmente reconhecíveis por formar um brilhante asterismo na forma de uma cruz.

Sobressaindo no asterismo está a mais meridional estrela de primeira magnitude e  mais brilhante da constelação, a branco-azulada Alpha Crucis ou Acrux (mag 0.67).

As demais estrelas, decrescendo em brilho no sentido horário são: Beta (mag 1.15), Gamma (mag 1.63, uma das gigantes vermelhas mais próximas da Terra), Delta (mag 2.7) e Epsilon Crucis (mag 3.72), também conhecida como Intrometida.

Os historiadores geralmente consideram João Faras (o Mestre João), astrônomo e médico que acompanhava Pedro Álvares Cabral na descoberta do Brasil em 1500, o primeiro europeu a representar o Cruzeiro do Sul corretamente. Faras desenhou e descreveu a constelação (chamando-a “Las Guardas”) em uma carta escrita nas praias do Brasil em 1º de maio de 1500 para o monarca português. Não é a toa que o Cruzeiro do Sul está na nossa bandeira nacional.

Figura 2 - Aglomerado Estrelar Aberto C94. Crédito: Wikipedia.

Neste período do ano o Cruzeiro do Sul já está visível logo após o anoitecer na direção Sul. 

Nossa primeira sugestão é o aglomerado aberto  Caldwell 94, também conhecido como C94, NGC 4755, Kappa Crucis Cluster ou simplesmente Caixa de Jóias. Originalmente descoberto por Nicolas Louis de Lacaille em 1751-1752  este aglomerado foi mais tarde denominado Caixa de Jóias pelo famoso astrônomo John Herschel quando ele descreveu sua aparência vista pelo telescópio como "... uma excelente peça de joalheria sofisticada". 

C94 tem magnitude de 4.2 e é um do Aglomerados Estrelares mais jovens conhecidos, com sua idade estimada em apenas 16 milhões de anos. Está a 6.44 mil anos luz da Terra. Consiste em mais de 100 estrelas, sendo que as mais brilhantes são supergigantes azuis. C94 é visível a olho nú como uma estrela nebulosa e é de fácil localização a partir da estrela Beta Crucis (Mimosa).

Com um pequeno telescópio de 70 mm de abertura e utilizando uma ocular de baixa ampliação que dê um campo de visão maior que 1⁰, C94 aparecerá na ocular ao lado de  Beta Crucis. Entretanto sua beleza se acentua com uma ampliação maior que 90 vezes.

Figura 3 - Aglomerado Estrelar Aberto C98. Crédito: Wikipedia.

Nossa segunda recomendação é o Aglomerado Estrelar Aberto C98 também denominado NGC4609 e Coalsack Cluster (Aglomerado Saco de Carvão). C98 tem magnitude aparente de +6.9 e diâmetro aparente de 6.5 minutos de arco. Está situado além da Nebulosa do Saco de Carvão, a uma distância estimada de 4.500 anos luz do Sol.

Foi descoberto pelo astrônomo James Dunlop em 1826, usando  um  telescópio refletor com abertura de 9 polegadas. C98 é um Aglomerado de idade intermediária estimada em 83.2 milhões de anos.  É um aglomerado pouco povoado com apenas 33 estrelas identificadas.

Para localizar C98 sugerimos começar pela estrela Acrux. Em seguida, utilizando uma ocular de baixa ampliação, localize a estrela Bz Crucis, de magnitude 5.31, a apenas 2.3⁰ a NE de Acrux. C98,  fica a apenas 5 minutos de arco de Bz Crucis. É difícil de visualizar por ser um Aglomerado pequeno e tênue. Sugerimos então utilizar uma segunda ocular de maior ampliação. Possivelmente será necessário observar com visão periférica pois as três estrelas mais brilhante são apenas de magnitude 9.

Figura 4 - Aglomerado Estrelar Aberto NGC4103. Crédito: Wikipedia.

Nossa última recomendação é o Aglomerado Estrelar Aberto NGC 4103, conhecido também como The Long Tail  Cluster. Tem magnitude igual a +7.3 e diâmetro aparente de 7.8 minutos de arco. Foi descoberto por James Dunlop em 1826 e está localizado a aproximadamente 5.000 anos-luz de distância da Terra. Tem uma idade estimada de 25 milhões de anos, seu diâmetro é de 42 anos luz e possui cerca de 200 estrelas.

É facilmente observável com um pequeno telescópio. Sugerimos iniciar a observação pela estrela Epsilon Crucis. NGC4103 fica a apenas 2.3⁰ ao Norte desta estrela e é cercado por um conjunto de estrelas de magnitude 6 o que facilita sua localização.

NGC4103 possui 10 estrelas de magnitude 9. Apesar de sua magnitude combinada ser maior que C98 é mais fácil de visualizar e mais interessante de observar.

Essas foram as indicações do mês: dois  Aglomerados Abertos do Catálogo de Caldwell, muito fáceis  de localizar que esperamos sirvam de incentivo para obtenção do Certificado de Observador  do Catálogo Caldwell. A terceira sugestão teve o objetivo de  estimular aqueles que têm apenas um pequeno telescópio e céus não muito escuros na busca de novos DSOs além dos Catálogos de Messier e Caldwell.

Desejamos ótimas noites de observações para todos.

 

Álvaro Borges

alvaromborges54@gmail.com

12/04/2024

 

Referências:

Cruzeiro do Sul, Wikipedia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Crux

Jewel Box (star cluster), Wikipedia. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Jewel_Box_(star_cluster)

NGC 4609, Wikipedia. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/NGC_4609
 
NGC 4103, Wikipedia. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/NGC_4103

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24/03/2024

Recomendações do mês de Março: NGC3114 e NGC3293.

Neste mês de Março de 2024 a sugestão de observação são de dois Objetos de Céu Profundo (DSOs) da Constelação de Carina (Quilha). São os brilhantes Aglomerados Abertos NGC3114, também conhecido como "Hand Cluster", de magnitude +4.2 e  NGC3293, também conhecido como "Gem Cluster", de magnitude +4.7.

Esses DSOs  não constam nem do Catálogo Messier nem do Catálogo Caldwell mas têm seu código de identificação do New General Catalogue (NGC). A ideia é mostrar que existem muitos outros belos DSOs fáceis de observar com telescópios de iniciantes. Suas localizações, e de muitos outros, constam no aplicativo Stellarium.
 
Nós, observadores localizados no Hemisfério Sul, somos privilegiados por podermos observar a Constelação de Carina. Charles Messier não teve este privilégio, pois seu observatório ficava em Paris, muito ao Norte.

O Catálogo Caldwell selecionou cinco DSOs em Carina, entre eles C92, a famosa Nebulosa Eta Carina, mas existem muitos outros interessantes e fáceis de observar esses dois DSOs de Carina só foram descobertos depois que o astrônomo francês Nicolas-Louis de Lacaille, em 1750, fez observações na África do Sul e posteriormente o astrônomo Irlandês James Dunlop, em 1820, na Austrália. 

Figura 1 - Localização de NGC3114 e NGC3293. Imagem obtida do aplicativo  Stellarium. 

Sugerimos começar as observações logo ao anoitecer, localizando na direção Sul a estrela Canopus, de magnitude  -0.55, a mais brilhante estrela de Carina e a segunda do céu noturno.
 
Em seguida, um pouco abaixo de Canopus é fácil identificar o famoso asterismo "Falsa Cruz", constituído pelas estrelas Markeb (mag +2.41) e Delta Velorum (mag +1.95) na constelação de Vela; e Avior (mag +1.99)  e Aspidiske (mag +2.28) na constelação de Carina. Este asterismo recebe esse nome por ser semelhante e ter a mesma orientação do Cruzeiro do Sul. 

Entretanto  as estrelas que constituem a "Falsa Cruz" são menos brilhantes e a cruz é maior. Por estarem muito próximos às vezes são confundidas entre si. Partindo da estrela Aspidiske (Iota Carinae), braço esquerdo da "Falsa Cruz", em direção ao horizonte, a apenas 5⁰ encontra-se nossa primeira sugestão: NGC3114.

 
Figura 2 - Aglomerado Estrelar Aberto NGC3114. Crédito: Wikipedia.
 
NGC3114 é um Aglomerado Aberto descoberto pelo astrônomo James Dunlop em 1826, usando um telescópio refletor com abertura de 9 polegadas. Tem magnitude aparente de +4,2 e diâmetro aparente de 35 minutos de arco.
 
É classificado no sistema Trumpler como tipo II 3 r, ou seja, concentração média, muito luminoso e com muitas estrelas. NGC3114 está a 2.9 mil anos luz da Terra e tem uma idade estimada entre 100 e 200 milhões de anos. Seu diâmetro é de 42 anos luz e estima-se possuir 170 estrelas. É facilmente observável com um pequeno telescópio de 70 mm de abertura.
 

Figura 3 - Aglomerado Estrelar Aberto NGC3293. Crédito: Wikipedia.
 
Nossa próxima recomendação é  o Aglomerado Estrelar Aberto NGC3293 que tem magnitude aparente de +4,7 e diâmetro aparente de 8.2 minutos de arco. NGC3293 está a 8.4 mil anos luz da Terra e tem uma idade estimada entre 12 a 15 milhões de anos. Seu diâmetro é de 13.2 anos luz.
 
Foi descoberto por Nicolas-Louis de Lacaille em 1751. Consiste em mais de 100 estrelas com  magnitudes menor que +14, as mais brilhantes das quais são supergigantes azuis de magnitude aparente +6,5 e +6,7.
 
NGC 3293, era apenas uma nuvem de gás e poeira há cerca de dez milhões de anos atrás, mas à medida que as estrelas se começaram a formar transformou-se no brilhante grupo de estrelas jovens que permitem aos astrónomos aprender mais sobre o processo de evolução estelar.
 
NGC 3293 é fácil de localizar, fica a apenas 2⁰ acima do centro da brilhante Nebulosa Eta Carina de magnitude +1.0. É facilmente observável com um pequeno telescópio de 70 mm de abertura e sua beleza se acentua com  ampliação de 90 vezes. Não é atoa que é conhecida como Aglomerado da Gema ou Pequena Caixa de Joias.
 
Essas foram as indicações do mês, dois brilhantes Aglomerados Abertos não contidos nos Catálogos de Messier e Caldwell. Esperamos que estas sugestões abram novos horizontes na busca de novos DSOs e estimule aqueles que têm apenas um pequeno telescópio e céus não muito escuros.
 
Ótimas noites de observações para todos.
 
Álvaro Borges 
alvaromborges54@gmail.com
20/03/2024
 
Referências:
 
Carina (Constelação), Wikipedia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Carina_(constela%C3%A7%C3%A3o)
 
Carina (Constellation), Wikipedia. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Carina_(constellation)
 
Falsa Cruz, Wikipedia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Falsa_Cruz
 
James Dunlop, Wikipedia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/James_Dunlop
 
NGC 3114, Wikipedia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/NGC_3114
 
NGC 3114, Wikipedia. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/NGC_3114
 
NGC 3114 Star Cluster Facts, Universe Guide. Disponível em: https://www.universeguide.com/cluster/ngc3114
 
NGC 3293, Wikipedia.  Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/NGC_3293
 
O enxame estelar NGC 3293, ESO. Disponível em: https://www.eso.org/public/portugal/images/eso1422a/
 
Nicolas-Louis de Lacaille, Wikipedia.  Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Nicolas-Louis_de_Lacaille

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12/02/2024

Recomendações do mês de fevereiro - M41 e C50

As recomendações do mês de fevereiro de 2024 são de dois aglomerados abertos nas constelações do Unicórnio (Monóceros) e do Cão Maior (Canis Major).

Nossa Jornada começa pelo aglomerado aberto M41 também conhecido como NGC 2287 localizado na constelação do Cão Maior. Esse aglomerado possui magnitude 4,5, distante de nós cerca de 2300 anos luz esse objeto foi descoberto pelo astrônomo italiano Giovanni Battista Hodierna antes de 1654 e possivelmente visto por Aristóteles por volta de 325 AC.
Figura 1 - M41 - Créditos: NOIRLab/NSF/AURA

Localizar M41 é uma tarefa simples, a final ele está distante cerca de 4 graus da estrela Sirius, a mais brilhante do céu noturno e possui um tamanho aparente de cerca de 38 minutos de arco(aproximadamente o tamanho da lua cheia no céu). Mesmo com um equipamento de pequeno porte é possível resolver o aglomerado com certa facilidade.
Figura 2 - Localização de M41 - Créditos: The Sky Live

Nossa próxima recomendação é de um aglomerado aberto localizado na constelação do Unicórnio, especificamente no coração da Nebulosa Rosetta (C49), trata-se de C50, conhecido também como NGC2244. Esse aglomerado foi descoberto pelo astrônomo real John Flamsteed em 1690, com magnitude 4,8 esse aglomerado está distante de nós cerca de 5200 anos luz, possuindo um tamanho aparente um pouco menor que a lua cheia no céu. As estrelas que formam esse aglomerado estão intimamente ligadas a nebulosa Rosetta, tendo sido formadas a partir da matéria dessa nebulosa.  


Figura 3 - C50 ou NGC 2244 ao centro da Nebulosa Rosetta - Créditos: APOD

Localizar C50 é uma tarefa facilitada pois é um aglomerado brilhante. Tomando como referencia a estrela Betelgeuse tente localizar nas imediações a estrela dupla Epsilon da constelação do Unicórnio e a cerca de 2° de distancia dessa estrela estará C50.

Figura 4 - Localização de C50 ou NGC 2244 - Créditos: Waloszek

Essas foram as indicações do mês, dois aglomerados bem fáceis de observar, ideais para quem quer incluir em suas listas de 1° e 2° graus dos catálogos de Messier e Caldwell.

Referencias:

MESSIER 41.  Messier objects. Disponível em: https://www.messier-objects.com/messier-41/ .Acesso em Fev.2024.

M41, NGC2287. NOIRLab. Disponível em:  https://noirlab.edu/public/es/images/noao-m41/ .Acesso em Fev.2024

MESSIER 41. The Sky Live. Disponível em:  https://theskylive.com/sky/deepsky/messier-41-object . Acesso em Fev.2024.

NGC2244 and NGC2237. Messier Seds. Disponível em:  http://www.messier.seds.org/xtra/ngc/n2244.html .Acesso em Fev.2024. 

THE ROSETTE NEBULA. APOD NASA. Disponível em:  https://apod.nasa.gov/apod/ap170214.html .Acesso em Fev.2024.

NGC 2237/2244 (ROSETTE NEBULA). Waloszek. Disponível em:  http://www.waloszek.de/inhalt_astro_dso_ngc2237_2244_e.html . Acesso em Fev.2024.

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23/01/2024

Conjunção de Vênus com M20 e M21


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Figura 1 - Posição relativa entre Vênus, M20 e M21 no momento da conjunção. Simulação no aplicativo Stellarium. 

Um pouco antes do amanhecer do dia 24 de janeiro de 2024 ocorrerá uma conjunção entre o Planeta Vênus e os objetos de céu profundo (DSOs) Messier 20 e Messier 21. O melhor momento de observação será às 04:15 horas, quando os três objetos estarão num campo visual de 1⁰ na Altitude de 15⁰.


Estas informações são para a cidade do Rio de Janeiro. Para outros locais de observação sugerimos consultar o aplicativo Stellarium.  A direção de observação será de ESE (Azimute de 108⁰). A Lua, apesar de estar com 93% de iluminação,  não interferirá na observação pois já terá se posto a Oeste.


O Sol só nascerá às 5:30 horas, mas o crepúsculo se inicia às 04:20 horas, portanto tem-se poucos minutos de céu totalmente escuro e Altitude adequada para a observação. Sugerimos iniciar a observação às 04:00 horas. Vênus estará com 84% de iluminação, magnitude de -3.88 e diâmetro aparente de 12.64 segundos de arco.

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Figura 2 - Messier 20, Nebulosa Trifida. Simulação no aplicativo Stellarium. 


M20 (NGC 6514), a Nebulosa Trifida, é uma Nebulosa de Reflexão e Emissão combinada com um Aglomerado Estrelar Aberto. Tem uma magnitude de +6.28 e um diâmetro aparente de 28 minutos de arco. Suas quatro estrelas mais brilhantes têm magnitudes de +5 a +7.


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Figura 3 -  Aglomerado Estrelar Aberto Messier 21. Simulação no aplicativo Stellarium.

M21 (NGC 6531) tem uma magnitude de +5.88 e um diâmetro aparente de 6 minutos de arco. Suas 11 estrelas mais brilhantes tem magnitudes entre +7 a +9. Os dois objetos ficam na constelação zodiacal de Sagitário e muito próximos da Eclíptica, por essa razão ocorrem eventualmente conjunções de M20 e M21 com os planetas e a Lua.

Recomendamos observar esta conjunção com um telescópio. Por exemplo, um pequeno telescópio refrator de 70 mm de abertura e 900 mm de distância focal  (DF) já é suficiente,  combinado com uma ocular de 20 mm de DF com 68⁰ de campo de visão (FoV) aparente.

Esta configuração fornece uma ampliação de 900÷20=45 vezes com um FoV Real de 68⁰÷45=1.5⁰, possibilitando observar  os três objetos simultaneamente no campo de visão da ocular.  Vênus terá a aparência de um pequeno disco brilhante ao lado das tênues estrelas de M20 e M21. Devido ao elevado brilho de Vênus sugerimos o uso de um filtro lunar.

Desejamos a todos boa sorte, um céu limpo e excelente noite de observação. 
Álvaro Borges 
alvaromborges54@gmail.com 
15/01/2024